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Desde que você foi embora, sem nem se despedir oficialmente, eu esperei todos os dias por um vestígio de você. Ficava o tempo todo com os olhos na tela do celular, na esperança de receber uma mensagem sua; ao perceber nas ligações desconhecidas que não era sua voz do outro lado da linha, eles se enchiam de lágrimas. Até mesmo meu e-mail era checado mais de quatro vezes ao dia. Obviamente nunca havia nada contendo seu nome em nada que era meu - não mais.
As noites se passavam com uma lentidão angustiante e em uma delas eu acordei, depois de um sonho ruim, quase de manhãzinha, e depois de deixar algumas lágrimas caírem, prometi não te esperar mais.
Simples assim.
De início foi doloroso tentar ocupar seu lugar na minha mente e no meu coração, mas o ser humano é flexível, acaba por se acostumar quando há necessidade. E se você se acostumou a viver sem mim, por que eu não conseguiria fazer o mesmo?
Parei de esperar uma mensagem que nunca vai chegar, uma ligação que nunca vai ser feita. Finalmente te tirei do pedestal da minha vida. Eu simplesmente decidi partir e não deixei nenhum rastro para que você pudesse me encontrar, porque dessa vez quem não quer ser achada sou eu. Não quero nenhum sinal de fumaça, código Morse, nada, nadinha, que me garanta da sua existência.
Não te procuro mais no shopping, na faculdade e na balada. Parei de me sentir angustiada ao passar perto da rua onde você mora. Não me lembro mais das vezes que você se deitou comigo quando olho para a minha cama. Comecei a buscar outros para ocupar esse lugar - que já não é mais seu há algum tempo.
Ps: Não quero que pense que faço isso para tapar o buraco enorme que você fez dentro de mim, porque esse eu mesma tapei com o sorriso maravilhoso que esbanjo quando, pronta para sair no sábado a noite, me olho no espelho. Eu fui muito pra você e hoje você não é nada pra mim.
Talvez esquecer seja mesmo isso: a decisão de não sofrer mais - e eu decidi.
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